Primeiramente, #foratemer
A gente resiste, levanta a cabeça e segue em frente
Mesmo quando são tortos
Os olhares direcionados pra gente
A gente resiste toda vez que um preto, pobre, favelado
Seja puta, seja viado (seja qual for a palavra pejorativa que você pensou)
Entra na universidade
E se apodera da cidade
Resistimos quando vencemos o corre diário
De acordar antes do galo cantar,
Matar uns cem leões por dia
E ainda dar conta de estudar
(é, tem que ter tenacidade)
Resistimos quando a passos lentos (porém firmes)
Ajudamos a desconstruir essa sociedade hipócrita,
Machista, homofóbica e “cheia de valores”
(quando esses valores convém,
afinal, se minha esposa não souber, que mal tem?) Resistimos quando explicamos aos nossos
Que o crespo não é ruim
O que é ruim de verdade
É esse preconceito, que parece não ter fim
Que aquela piadinha
Que parece inofensiva
Ao invés de divertir
Só aumenta a ferida
O que te parece mimimi
Pra muitos é agonia
Qual a tua dificuldade
Em se humanizar e ter empatia?
Resistimos quando vamos na contramão
Desse sistema opressor
Que com todos esses rótulos
Cada vez causa mais dor
Vamos continuar resistindo
Vamos continuar ganhando voz
Vamos lutar pra que um dia (próximo, de preferência)
Possamos viver dias melhores
A Baixada é foda pra caralho e mesmo com todas suas demandas, ela também resiste.
É isso. A luta continua. E resistir é um ato revolucionário.
(setembro de 2017)