segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Aurora




               Não existem mais dúvidas. Se existem, talvez dúvida não seja a palavra mais indicada pra isso. Talvez ainda existam fagulhas, mas eu não tenho mais porque me importar.


               Eram dúvidas. Tornaram-se certezas. Agora, novamente são dúvidas. E talvez essa seja a única certeza. De que essas ou talvez outras dúvidas sempre existirão. Entretanto, por ora, estão fora de cogitação, apesar de alimentarem a necessidade de questionar e buscar evoluir na jornada evolutiva.
                E apesar desses vestígios de dúvidas, sinto uma serenidade incomum aqui no peito. Deveria me importar com isso, mas não vou. A angústia de um combate às cegas se dissipou e tornou-se cristalina, ou pelo menos, pouquíssimo maculada. Apesar de não saber de exatamente tudo, quase todas as cartas adversárias já estão expostas. Mas...



                         Seriam mesmo cartas adversárias? Acho que me equivoquei ao definir as cartas alheias como adversárias. São apenas alheias. Afinal, estamos do mesmo lado. E no mesmo barco.

               Mesmo assim, é bom ficar atento. Até porque um bom mágico sempre tem um bom truque na manga. E ninguém gosta de surpresas desagradáveis.

                    Me sinto leve, tranquilo. Não me sinto mais traidor de mim mesmo. E sei que não vou chorar ou sofrer por ter sido assim. Apenas aceito e agradeço. Que assim seja!







Grilhões rompidos... missão cumprida!


:)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Maldita Herança!




♫ Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não ♫ ♫
                                                     (Tempos Modernos - Lulu Santos)

               Discriminação pra mim é abominável. Me dá náuseas. Questiono-me sobre a existência de coisa pior. Vejo as pessoas falarem em crime quando tocam nesse assunto. Mas por que falar de crime e não de pecado? Se for crime, não é contra a sociedade, mas contra a Criação Divina ou contra a Existência.
               Muitos são os clichês, mas na maioria dos casos, é mero clichê. Mesmo. Ponto.
               - Não tenho nada contra roqueiros, alternativos, reggaeros! – alguém diz. 

E apesar de muita gente dizer isso, fora dos guetos, contamos nos dedos quais são as empresas que oferecem cargos de confiança a quem possui tatuagens, piercings, dreads, alargadores. Como se qualquer dessas características determinasse o grau de capacidade ou confiabilidade dessas pessoas.
               - Nada contra homossexuais, mas Deus que me livre de ter alguém assim na minha família – outra pessoa diz.
               - Meu filho nunca vai cursar Dança, Música, Filosofia ou Artes Cênicas na universidade. Isso é profissão de vagabundo!

               Esse é o pior. O inimigo não declarado. Que te sorri e furtivamente está pronto para o ataque-surpresa. Que dorme contigo ou vive tão próximo, mas você não percebe.
               Eu também já ouvi: - Não adianta tentar mudar o pensamento do Sr. Aderbal, ele já está velhinho, foi criado em colégio de padres, filho de militar, blá, blá, blá... 

Da mesma forma que quem faz parte dos guetos e periferias sociais precisa falar e não se transformar numa vítima passiva e sem voz, as pessoas ditas “normais” também tem direito de se expressar. Mas isso não as dá direito de sair ofendendo, humilhando alguém só porque discorda do seu modo de vida.
               O fato de não gostar de algo não justifica agressões, humilhações, torturas físicas e psicológicas. ONDE ENTRA O RESPEITO NESSA HISTÓRIA?
               Não curto música sertaneja, certas atitudes de gente esnobe e outras coisas, mas respeito quem gosta, admira, se identifica. Mas não é por isso que vou sair tacando fogo em patricinhas, soltar bombas em show de bandas sertanejas, enfim. Eu hein!
               As pessoas ficam com receio de tentar abrir a cabeça dos mais velhos quanto a discriminação. Acham que por serem mais idosos, não podem aprender mais nada e que nada vai mudar o conceito que carregaram durante toda a vida. Então, o avô é preconceituoso, transmite esse pensamento estagnado para o filho, depois pro neto. E quando isso vai mudar? Ninguém enxerga que além dessas características em comum entre pessoas, existe um ser humano incrivelmente único, maravilhoso e complexo, por trás de todos esses rótulos que só servem pra causar segregação?
               O mais triste é ver vítimas de preconceito, que mais do que ninguém sabem como humilhação e discriminação dói, também acabam se tornando algozes de outros grupos.
               Nordestino que discrimina homossexual, que discrimina obeso, que discrimina negro, que discrimina pobre... Pessoas igualmente diferentes que gostam de discriminar pessoas diferentes de si?
               Mas ao invés de romper os grilhões, continuam nesse maldito círculo vicioso...


               E se essa discriminação suja e a intolerância fazem parte da herança deixada pelos meus antepassados, prefiro começar  do zero e fazer minha própria história.


Sou livre!


PRECONCEITO NÃO!







domingo, 23 de janeiro de 2011

A Sombra




♫ Eu quero saber me querer
Com toda beleza e abominação
Que há em mim... ♫ ♫

                         (A Sombra - Pitty)

             Dúvidas indo embora. Ou pelo menos se preparando para serem trocadas. E pelo menos por enquanto, não me importo com quem ou o que eu sou. Não me importo mesmo! Bate a sensação de que é iminente a resolução dessas dúvidas. E isso tem me dado uma tranquilidade fora do normal ultimamente. O fim do ciclo está muito próximo, embora exista um eclipse entre esses ciclos e admito que isso talvez me assuste. Mas vou levando. E me sinto feliz assim. Ou por isso...



Já não sei mais...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O Sol


               Não sei muito bem o que me inspira. Se coisas boas ou ruins. Na verdade, eu sei o que me inspira, mas não sei como me inspiram e nem consigo explicar o porquê de tanta atração por estas.

               Mas o que me inspira? Pessoas me inspiram. Lugares, plantas e cores também. Simplicidade me inspira. Amor, medo e esperança também. E como a esperança me inspira!

               Tarde na praia. Tava sentindo necessidade dessa comunhão. O barulho das ondas soa como uma canção que diz pra eu seguir em frente e nunca perder a esperança. Uma canção de ressurreição. De graça...




Um presente da Divindade!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Interiorizar, Refletir, Exteriorizar...


               Engraçado que eu sempre vi essa ideia de 'Ano Novo' como mero clichê. Sempre achei besteira as pessoas acharem que tudo muda apenas com a transição entre os anos. Fazem promessas, que em sua maioria, certamente não vão cumprir. Armam aquele sorriso com gosto de naftalina, pelo tempo que anda aposentado pra simplesmente usá-lo misturado a veneno e hipocrisia. E é em vão, pois as pessoas ultimamente andam imunes a toda essa encenação.
               Mas voltando ao clichê...ainda tô confuso se passei a crer nesse clichê ou se meu caso é um fato isolado, fatalmente coincidente com a data. Mas desde ontem eu venho me questionando o sentido de interiorizar, estar apenas comigo mesmo...
               Agora já amanheceu e eu ainda não peguei no sono. Fatos me mostram que essa necessidade de interiorizar é real e que não havia percebido que estou muito cansado disso tudo. Mesmo. Sem entrelinhas. Preciso abandonar velhos hábitos que conscientemente me fazem mal. Preciso de mudanças drásticas e pra ontem!
Não quero dizer ou desejar que essa metamorfose exista apenas nesse novo ano. É daqui pra frente e sempre que se fizer necessária.

Preciso sumir! Preciso de um tempo só meu! E preciso que esse processo de interiorização se externe para que não exista apenas no campo das ideias e acabe por morrer ali sem ao menos se cumprir. Preciso de coragem pra cumprir tudo que desejo e preciso nessa nova fase.

     
                Cheguei à conclusão de que não sucumbi ao velho clichê. Foi mera coincidência...
                

                E com a mesma certeza de que não estou só, fica a de que preciso fazer isso sozinho...














É necessário...